Resenha | The Witcher: O Último Desejo
Quem é Geralt de Rivia?
Este personagem que muitos se familiarizaram após a aclamada franquia The Witcher, dividida em três jogos e produzida pela CD Projekt Red, sendo o último lançado este ano, com o subtítulo "Wild Hunt" (Caçada Selvagem) e ganhador do título "Game of the Year" de 2015.
"O que você está fazendo?!" Geralt responde antes de
matar o homem que estava violentando uma mulher "Matando monstros!". Ele diz
de forma fria e sem remorso. Quando eu vi este trailer do jogo eu disse a mim
mesmo que precisava daquilo, de um protagonista impiedoso capaz de sujar suas mãos
de sangue em nome de sua justiça em uma terra sem lei. Quem jogou The Witcher 3
sabe que foi mais que merecedor do título de jogo do ano não só pela
jogabilidade inteligente como pelos personagens e monstros marcantes. Minha busca
pelo “protagonista sanguinário” foi frustrada de forma positiva e
surpreendente quando terminei o jogo e ver de fato quem Geralt é....ou será que
não?
Mesmo depois de passar horas e horas me aventurando pelo século XIII assumindo o papel do Carniceiro de Blaviken ou Lobo Branco e matando “monstros” para lá e para cá, qual é a verdadeira natureza deste personagem? O que fala mais alto? Seu lado humano no qual mostra apreço e virtudes por certos personagens ou o lado monstro no qual tirar uma vida, seja ela monstruosidade ou não, faz parte do oficio no qual ele fora destinado? Esst dúvida me fez pesquisar e descobrir que a franquia de videogame foi baseada na série de livros do polonês Andrzej Sapkowski (coloquei no Google Tradutor para ver como se falava) lançada nos anos 90 conhecida como "The Witcher: A Saga do Bruxo Geralt de Rivia". Eu terminei de ler o primeiro livro "O Último Desejo" começarei esta resenha falando da sua estrutura.
Mesmo depois de passar horas e horas me aventurando pelo século XIII assumindo o papel do Carniceiro de Blaviken ou Lobo Branco e matando “monstros” para lá e para cá, qual é a verdadeira natureza deste personagem? O que fala mais alto? Seu lado humano no qual mostra apreço e virtudes por certos personagens ou o lado monstro no qual tirar uma vida, seja ela monstruosidade ou não, faz parte do oficio no qual ele fora destinado? Esst dúvida me fez pesquisar e descobrir que a franquia de videogame foi baseada na série de livros do polonês Andrzej Sapkowski (coloquei no Google Tradutor para ver como se falava) lançada nos anos 90 conhecida como "The Witcher: A Saga do Bruxo Geralt de Rivia". Eu terminei de ler o primeiro livro "O Último Desejo" começarei esta resenha falando da sua estrutura.
O livro se divide em sete contos no qual o intitulado "A Voz da Razão" se divide em sete partes. Cada conto nos mostra sobre a perspectiva
de Geralt circunstâncias envolvendo elementos do mundo criado por Sapkowski.
Elementos estes que pertencem ao gênero Fantasia
Medieval (Games of Thrones, Senhor dos Anéis...).
Não espere uma aventura fantástica no qual o nobre
cavaleiro salva sua donzela. Sapkowski deixa claro, e o jogo faz isso muito bem também, que se trata de um mundo sujo, que embora elementos sobrenaturais façam parte
do sistema narrativo, como feiticeiras e elfos, retrata com frieza e veracidade
o comportamento e ideias que permeavam essa época, onde lendas e mitos não passavam
de um refúgio para sobreviver à Idade das Trevas. Estupro, morte, fome e
conflitos políticos. Tudo isso está lá.
Um ponto interessantíssimo do livro é como são introduzidas
narrativas clássicas como Branca de Neve e
Bela e a Fera de forma crível e tangível
à atmosfera envolta desse mundo, onde os “felizes para sempre” não passam de um
sonho distante aos habitantes desse ambiente rico em personalidade. É feita de
forma tão natural que desconstrói de maneira eficiente a versões da Disney
desses contos que todos nós conhecemos e a leitura se mantém orgânica.
Ficou claro para mim que "O Último Desejo" tem como
objetivo principal criarmos empatia com Geralt e apoiarmos suas decisões durante
os conflitos que cada conto propõe. No jogo, você pode interferir diretamente
nas escolhas dele através de opções de diálogos onde as consequências podem ser
contrastadas. De "matar todo mundo sem dó e piedade" a "vamos levar isso na conversa".
Mesmo que o livro não possa criar esta situação, é estranhamente incrível como
seus valores e ideologias sobre o protagonista
ideal pode levar sua interpretação de Geralt a distintos caminhos. Na
trama, um Bruxo (a tradução não é bem esta, mas me refiro a expressão "Witcher")
é desde criança treinado e passa por uma série de experimentos e mutações para adquirir
forças e habilidades sobre-humanas, ou seja, Geralt caminha na linha tênue que
separa monstros e humanidade. Ele leva duas espadas, uma de prata dirigida a
seres monstruosos e a de aço para humanos. Essa foi uma tirada interessante de Sapkowski
metaforizando que a monstruosidade vive
em cada ser, seja ela humana ou não. Durante a leitura, presenciei várias
passagens no qual isso ficou bem claro sem perder seu teor literário e contextualidade.
O conto “O Mal Menor” tem uma
passagem fantástica sobre essa relação e também foi o meu favorito de todo o
primeiro volume.
Quem é Geralt de Rivia? Acho que a resposta para esta
pergunta transparece através da visão de cada um sobre o verdadeiro ato nobre
em um ambiente de terror e monstruosidade de todos os lados e assim como no
jogo, sua interpretação interfere indiretamente num dos maiores protagonistas
já criados em toda ficção. Partirei logo para o segundo volume "A Espada do
Destino" e ver mais aventuras deste misterioso caçador de monstros.
Gênero: Fantasia
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CAPA |
Título: O Último Desejo: Coleção The Witcher - Volume 1
Gênero: Fantasia
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Publicação Original: 1990
Páginas da Versão Nacional: 320
Link: Indisponível
Editora: Martins Fontes
Publicação Original: 1990
Páginas da Versão Nacional: 320
Link: Indisponível